quarta-feira, agosto 15, 2012


Eu tenho mais medo de crescer do que de qualquer outra coisa;



Ás vezes quando eu acordo de manhã, antes mesmo de abrir meus olhos, eu lembro de tudo que eu fiz no dia anterior, e tudo o que eu pretendo fazer no dia que está por vir. E uma vez em meio a esses meus devaneios eu me lembrei de que quando eu era mais nova eu não pensava em nada, eu só fazia, e dude, isso me fazia tão bem.
Ás vezes eu queria saber onde perdi minha impulsividade, ela some nos momentos em que eu mais preciso, e por conta disso eu enrolo, demoro, adio e acabo não fazendo coisas que precisam ser feitas. Coisas que já deveriam ter sido resolvidas.
Eu gostava de ser criança, tudo o que eu queria eu pedia, podia não ter, mas a unica coisa que eu tinha ao meu alcance pra fazer, eu fazia. Hoje tudo é tão complicado, se eu quero algo, eu tenho que correr atrás.
Posso muitas vezes ser interpretada errada e tudo o mais, mas não é isso. Eu gosto da dependência, da comodidade, resumindo eu gosto da segurança.

Ser adulto é tão ruim, não só pelas contas a pagar, satisfações a dar, ser adulto é ruim, porque com o estresse de todo dia, você se esquece, das coisas que você mais dava valor quando era mais nova.
Quanto mais o tempo passa, mais você esquece de que tudo era simples.
Quando eu era mais nova, ver um filme me fazia feliz, atualmente ainda me faz. Mas quando eu era mais nova, eu percebia detalhes e entrelinhas nos filmes, que atualmente só me esforçando eu enxergo, eu era mais simples. Tudo era mais simples.
Eu era mais feliz. Tudo era mais feliz.

É por esse e outros motivos que eu ainda acredito em que diz que a felicidade está escondida na simplicidade das coisas, nos detalhes, nos gestos. .-.

Antigamente eu enxergava melhor.

Eu tenho medo de crescer mais do que qualquer outra coisa, porque eu tenho medo de ficar cega, eu tenho medo de um dia não ser mais capaz de ver a felicidade na pureza dos gestos. :/

- Ana Carolina Araújo
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1 comentários:

Fábio Murilo disse...

Poxa Carol!!! Relato comovente, contundente! Realmente, olhando do alto de minha maturidade, confirmo essa triste verdade, crescer dói!

DA JANELA DO ESCRITÓRIO

Já não olho com olhos de encantamento
Aquela pipa ao vento...
Como antes eu fazia.
Num tempo em que o tempo passava lento
E a vida era só entretenimento.
E o azul do céu era o pano de fundo,
Cenário de outros mundos...
Acordava e dormia sem saber de horário.
E no meu calendário só havia um dia,
O dia do meu aniversário.
Sem ambição, nem malícia, puro de coração.
Sem pensar no futuro.
Viver era uma doce inconsequência,
Consequência da falta de noção,
Do “stand by” da percepção.

05.08.2002

http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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